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A globalização na sua vida / Globalization in your life

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Europa o velho continente

Actualmente o continente europeu é provavelmente o melhor local para se viver. 27 dos países europeus formam actualmente a UE, ou seja, o espaço de integração económica mais avançado a nível mundial. Estes países possuem livre circulação de bens, serviços, capitais e pessoas. Dos 27, 13 têm a mesma moeda nacional, o Euro. Logo, existem políticas comuns como a monetária, a agrícola, de imigração, social e a das pescas.

O grau de desenvolvimento humano, medido pelo IDH (Índice Desenvolvimento Humano) IDG (Índice de Desenvolvimento relativo ao Género) e IEG (Índice equidade de Género) de todos os países europeus pertencentes à UE é elevado. A pobreza absoluta é muito reduzida, beneficiando do modelo social aplicado por todos os países da UE a todos os que não tenham condições mínimas de subsistência .

O mercado único proporciona mais eventuais compradores do que nos EUA e a livre circulação aliada aos meios de transportes existentes, torna o comércio interno bastante elevado. A cidadania europeia permite acesso facilitado ao espaço nacional e mercado desses 27 países independentes.

Em termos mundiais, a ajuda ao desenvolvimento por parte de alguns dos países europeus tem ajudado os países mais pobres. Os acordos económicos, políticos e militares dos importantes centros de decisão afectam as periferias. A Europa pertence ao centro do Mundo e é o melhor local para qualquer imigrante viver.

Apesar de todas as coisas positivas, a Europa tem um lado negativo como:

PAC: A Política agrícola da União Europeia tem causado inúmeras polémicas, porque tem um orçamento demasiado elevado, não é eficientemente controlada e porque viola as leis de mercado ao impedir que concorrentes com custos de produção mais baixos coloquem os seus produtos no mercado europeu, o que não é bom para os próprios consumidores. No entanto, muitos agricultores dependem desse subsidio para sobreviver.

Modelo social europeu: Este modelo é provavelmente demasiado generoso, levando a que inúmeras pessoas vivam à custa dos que pagam impostos que assim se tornam demasiado elevados. Estes impostos elevados, até agora difíceis de reduzir, têm tornado mais rentável a deslocalização para locais como a Ásia e aumentado a taxa de desemprego da União Europeia.

Desigualdade entre países: Os países pertencentes à UE têm demasiadas assimetrias entre eles, o que causa problemas ao nível do estabelecimento de politicas comuns para as actividades económicas, sociais e educacionais. Países como Portugal ou a Roménia diferem muito de países como a Suécia e precisam de políticas próprias para se desenvolverem a todos os níveis.

Envelhecimento demográfico: O envelhecimento demográfico põe em risco todo o modelo social europeu, dado que a classe trabalhadora tem vindo a reduzir-se ao longo dos anos e tem sido sobrecarregada com impostos elevados e de uma reforma mais tardia. Para além disso, este envelhecimento demográfico obriga a uma politica migratória menos restrita, o que aumenta os problemas sociais de integração das minorias étnicas.
Dependência energética de combustíveis fósseis, o que fragiliza a economia do espaço comunitário em relação a crises petrolíferas.

Como soluções, a UE podia:

Reformular a sua política agrícola ajudando meramente os agricultores mais necessitados e mais competitivos.

Tornar o modelo social europeu mais equilibrado e em certos casos mais privatizado, permitindo uma descida de impostos que torne a economia mais competitiva.

Reduzir as assimetrias entre os países através dos mais jovens, apostando na educação e nas energias alternativas assim como na valorização dos produtos tradicionais de elevada qualidade.

Incentivar à natalidade dos cidadãos europeus através de subsídios à natalidade e licenças de parto mais alargados, assim como a salvaguarda dos direitos das mulheres grávidas, para permitir pelo menos a renovação de gerações.

domingo, 9 de março de 2008

Que País é Portugal?

Que país é Portugal? Nesta análise, procuraremos descrever o país onde vivemos, recolhendo dados de 2005 e do Censo 2001 e elaborando, por vezes algumas comparações e alguns artigos pessoais, de carácter subjectivo.
Assim, iremos analisar os seguintes temas:

· Demografia e densidade populacional
· Religião
· Aspecto social
· População activa por sectores de actividade
· Finanças e Dependência externa
· Dimensão
· Recursos naturais
· Educação
· Mentalidade

Inicialmente, podemos referir que Portugal actualmente tem cerca de 10 milhões de habitantes, uma densidade populacional baixa 114hab/km2.

A religião predominante é a católica romana (semelhante a Espanha, França, Itália e Bélgica).
Em termos sociais, é um dos países com maior taxa de desemprego total (cerca de 8.5%) e de desemprego entre os jovens activos entre os 15 e os 24 anos (15.9%) e apresenta uma percentagem de idosa significativa (17%). A taxa de natalidade é quase igual à taxa de mortalidade e o saldo migratório foi positivo até 2003 (data em que entrámos em crise económica). Tradicionalmente Portugal é um país de emigrantes, possuindo comunidades importantes em países como o Canada, França, Alemanha, Brasil e EUA. No entanto, nos últimos anos e após a adesão à U.E, com o aumento do nível de vida, Portugal recebeu um número elevado de imigrantes provenientes da Europa de leste (Ucrânia, Roménia e Bulgária) e da CPLP (Brasil, Cabo Verde e Angola)

O principal sector de actividade é o sector terciário (serviços), com cerca de 2 800 000 trabalhadores, seguindo se o sector secundário com cerca de 1 600 000 (industria) trabalhadores e por último o sector primário (agricultura e pesca) com apenas 231 000 trabalhadores.

Em termos de finanças, Portugal tem uma dívida pública de 65%, um saldo orçamental de -3% e um PIB per capita em PPC de 65 (a média da EU é 100). Para além disso, a taxa de inflação (calculada pelo IHPC) é de 3%.

Em termos de dependência externa, Portugal realiza mais importações do que exportações, possuindo uma reduzida dependência Hídrica mas uma elevadíssima dependência energética em termos de petróleo, gás natural e carvão e consequentemente de electricidade. No entanto aposta em energias renováveis, principalmente a energia eólica.

Em termos de dimensão Portugal é um país pequeno (92 000 km2) e possuí uma variedade reduzida de recursos naturais. Apenas tem uma elevada disponibilidade hídrica, de rochas ornamentais, sedimentares e alguns minerais pouco explorados. Em termos turísticos temos disponibilidade em termos de praias e turismo rural embora mal aproveitado sendo a oferta muito dirigida para o mercado interno.

A escolarização em Portugal, sobressai pela negativa. Em 2006, cerca de 39% das pessoas entre os 18 e os 24 anos tem apenas o 9º ano ou menos. No mesmo ano, apenas 3.6% dos adultos tinham uma profissão relacionada com o ensino (contra 12.2% em Espanha ou 29.1% no Reino Unido).

Terminado a parte expositiva do texto, é necessário entrar numa vertente cultural e de mentalidade, na qual tentarei analisar a população e a sociedade portuguesa, quer de uma óptica interna quer externa.

Em suma, Portugal não é um país “abençoado” com matérias-primas muito rentáveis, tem uma História complicada, foi colonialista mas desperdiçou dinheiro em excesso, endividando-se. Saiu tarde de uma situação de ditadura fascista que lhe causou importantes atrasos ao nível da industrialização e do desenvolvimento, a religião católica romana representa cerca de 92.2% da população. Por último, encontra-se na 29ª posição do IDH e aderiu à UE em 1986 e à moeda única a partir do ano 2000.

No entanto, Portugal apresenta problemas de desenvolvimento em relação aos restantes países europeus, algumas delas decorrentes de factos sociais, outras de políticas económicas incorrectas.
Assim, posso enumerar alguns problemas sociais com base em alguns provérbios e ditos populares da sociedade portuguesa:

“Faz o que eu digo e não o que eu faço”
“Quem espera sempre alcança”
“Devagar se vai ao longe”
“Tostão a tostão faz um milhão”
“Roma e Pavia não se fizeram num dia”
“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”
“Quem não arrisca não petisca”
“Quem tudo quer tudo perde”
“A galinha da vizinha é melhor que a minha”
“Mais vale só, que mal acompanhado”
“Mais vale um que saiba mandar, do que cem a trabalhar”
“A culpa morre solteira”

Desta amostra popular, reparei que existem 4 provérbios que incitam à calma e à lentidão dos processos desejados e apenas um que incentiva o contrário.
Para além disso, o provérbio “faz o que eu digo e não faças o que eu faço”, na minha opinião enquadra-se perfeitamente na sociedade portuguesa actualmente. Ou seja, as pessoas sabem o que está correcto (comprar papel reciclado, ajudar as pessoas, andar a pé, …) incentivam outras pessoa a fazê-lo mas muitas vezes não dão o exemplo. O mesmo se passa, por vezes por parte dos líderes políticos…

Outro provérbio interessante é: “quem tudo quer tudo perde”, dado que o princípio por trás do mesmo é o que mais vale não arriscar tudo, por medo de perder. É um bom princípio que pode evitar as pessoas de ficarem na miséria no entanto, é um tanto ou quanto anti-empreendedor.

Outro provérbio interessante é: “Mais vale um a mandar do que 100 a trabalhar”. É devido a esse princípio que temos os gestores comparativamente mais bem pagos da EU?

Por outro lado, as pessoas em Portugal, principalmente em Lisboa, vivem pouco em sociedade, Têm dificuldade em iniciar relações ou mesmo conversas. Entre homens e mulheres, é difícil iniciar o princípio da amizade. A sociedade em geral não está habituada ao mesmo… Daí o provérbio “solitário” de “Mais vale sozinho do que mal acompanhado”.

Um dito popular interessante é o de a culpa morrer solteira. Isto revela que em Portugal, a justiça apresenta problemas de funcionamento e as organizações ou pessoas, ludibriam a sociedade empurrando as culpas uns para os outros… Mais um princípio português preocupante

Por último, a inveja vigora ainda bastante em Portugal. As pessoas têm uma tendência natural da qual nem sempre se apercebem para considerar a vida dos restantes como melhor que a sua. Quer no meio rural, onde as pessoas consideram as terras do lado melhores, quer no meio urbano onde as pessoas invejam o apartamento, o cão ou o dinheiro do “vizinho”.
Em relação às políticas económicas, é inevitável realçar a má aplicação dos fundos concedidos pela UE, fruto de um reduzido controlo governamental e de um factor social que é a inveja e a necessidade do bem individual, para “fazer inveja aos vizinhos”.

Por outro lado, a tradição industrial de produtos têxteis e o recurso à mão-de-obra barata, com a abertura das economias ao exterior têm prejudicado o sector industrial português. As exportações reduziram-se enquanto que as importações, principalmente chinesas aumentaram. A produção de elevada qualidade é ainda muito diminuta em Portugal, que ainda não construiu a sua sociedade do conhecimento, baseada na exigência e sucesso escolar elevados necessárias ao progresso técnico. O sector público tenta dinamizar as escolas de forma errada. Apenas a iniciativa privada tem contribuído para a construção de pólos de conhecimento como o Tagus Park, sendo no entanto apoiados pelo Estado. Estes pólos são aproveitados pelos diversos sectores da economia e contribuem para o aumento da competitividade, seguindo as regras de mercado capitalista. Ao nível das restantes áreas, o sector privado, incapaz de criar consumo através da inovação e do valor acrescentado produzido internamente, optou pela facilitação de créditos e criação de empresas financeiras, aumentando o grau de endividamento das famílias. Numa primeira fase, estimula a economia, mas como consequência pode levar ao aumento do crédito mal parado e consequentemente à estagnação económica que cria desemprego.

Concluindo, Portugal é um país pequeno e fragilizado, sendo que tem gerido mal as suas fases de crescimento económico, não poupando o suficiente para o futuro, no qual haverá sempre uma fase de recessão. São assim os ciclos económicos. Portugal encontra-se na cauda da Europa, ou seja é dos países mais pobres dentro dos países ricos. Apresenta duas cidades ao nível europeu (Lisboa e Porto) e o restante, mais retrógrado. As oportunidades de vida esperadas, fariam bastante consoante o local de nascimento, assistindo-se a elevadas assimetrias entre o litoral e o interior, que impossibilitam a existência das mesmas oportunidades e comprometem mesmo a existência de serviços colectivos como a educação e a saúde em todo o território. É neste sentido que se tem fechado urgências hospitalares no interior, algumas das quais recebiam em média 1 ou 2 doentes por noite, logo era bastante dispendioso. É importante reflectir sobre a situação antes de criticar. A reforma da educação é outra das medidas resultantes dos problemas educacionais que Portugal apresenta.

Agradecia comentários opinativos sobre a parte subjectiva do trabalho.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A China é impressionante...

A China é a nação mais populosa do mundo, com 1300 milhões de pessoas (cerca de 130 vezes mais do que Portugal). Dentro deste número astronómico, existem 56 etnias reconhecidas e diversas variantes linguísticas. Possui uma área de 9 572 909 km² (cerca de 104 vezes maior que Portugal) e desde há muito que tem sido uma fonte de oportunidades desejada pelos países mais desenvolvidos europeus, americanos e até asiáticos, devido ao mercado amplo que representa.No entanto, até cerca de 2003, a China, país considerado socialista/comunista nunca aderiu totalmente ao capitalismo nem à globalização, protegendo o seu mercado (de grande potencial) das investidas internacionais. Podemos, no entanto, relacionar este facto com a fraca competitividade, principalmente industrial, que a China apresentava até 2003, sendo que até então protegeu o seu mercado.

Assim, em 2003 quando a China aderiu à OMC (Organização Mundial do Comércio), os países desenvolvidos, atraídos pelo lucro potencial apressaram-se a investir na China, aproveitando os menores custos do factor trabalho. Logo este país tornou-se rapidamente o maior receptor de IDE (Investimento Directo Estrangeiro) do Mundo. Assim, a necessidade de reduzir os custos e maximizar os lucros tem levado a inúmeras deslocalizações da produção de empresas para a China. Desde 2003 que a China cresce a taxas de aproximadamente 11% ao ano.

Porque é que a China oferece óptimas condições de produção tornando-se o maior receptor de IDE do Mundo? Uma teoria baseia-se no envelhecimento da população provocada pelos incentivos á natalidade nos tempos de Mao Tse Tung, que agora tem cerca de 50 anos (em 2020 1/3 da população chinesa terá mais de 60 anos). Para além disso, a China está com excesso de população e precisa de manter as suas taxas de crescimento para não entrar em crise económica (ou seja necessita de criar 24 milhões de postos de trabalho por ano) para não ter elevadas taxas de desemprego futuramente. O problema da China não é o sistema de segurança social, dado que este quase não existe, mas a pobreza absoluta, que se aumentar excessivamente pode levar a manifestações incontroláveis. A China é um país pouco social, sendo que estas contribuições representam cerca de 5% do PIB, ao contrário do que ocorre por exemplo na Alemanha em que estas despesas representam 48% do PIB alemão. Na China não existem sindicatos independentes, a burocracia e as regras de segurança são mínimas. A maioria dos chineses trabalham 6/7 dias por semana, mais de 8 horas por dia. Para além disso, o Estado pouco socialista aplica os seus fundos no esforço de captar IDE e não penaliza muito a poluição provocada.

O reverso da medalha é preocupante. A China é a nação mais competitiva no sector industrial, apoiada pelos subsídios estatais às matérias-primas, pelo reduzido controlo de qualidade e ambiental, pelo trabalho excessivo, assim como pela ausência de sindicatos independentes e aos salários baixos praticados em função da produtividade relativamente elevada. À primeira vista, aumentam-se as vendas e os lucros e reduzem-se os preços. No entanto, há um factor importante a não esquecer… o mercado paralelo, a pirataria e a corrupção. Muitas empresas ignoraram o espírito de empreendedorismo chinês e viram surgir no mercado empresas concorrentes que ou lhes retiraram quotas de mercado ou levaram-nas mesmo à falência. Por exemplo, fábricas têxteis italianas empregaram funcionários chineses, que após alguns anos de trabalho, voltaram para a China e unindo-se montaram as suas próprias fábricas de têxteis concorrentes. Estimativas publicadas no “The Economist” revelam que a pirataria chinesa custa aos países desenvolvidos cerca de 60 mil milhões de dólares/ano (mais do que o IDE anual que é de 56 mil milhões de dólares/ano), divididas em necessidade de baixar preços, desvalorizações de trabalho intelectual e redução da rentabilidade da Investigação & Desenvolvimento. Na China falsifica-se tudo, desde (finais de) livros a leite em pó e a tacos de golfe.

Sendo o maior mercado a nível mundial, a competitividade é imensa e o poder de escassez que permite elevados lucros é reduzido. Para além disso, os produtos nacionais são extremamente baratos, o que reduz as importações de bens e “obriga” à redução das taxas de lucro. Assim, várias empresas chinesas conseguem obter maiores margens de lucro em países como a Nigéria do que na China, tornando-se a exportação uma exigência para a manutenção no mercado interno.

Por outro lado, os chineses recebendo salários baixos tem uma taxa de poupança de 40%, das maiores a nível mundial, o que permite elevada liquidez bancária e empréstimos a juros reduzidos e com elevadas facilidades de pagamento. Por outro lado, fragiliza a economia em caso de grande crise, na qual muitos bancos podem ir à falência. No entanto, a força do “império” chinês baseia-se no empreendedorismo, no trabalho em equipa e no poder de poupança.Dada a presença da China a nível mundial, os produtos “made in China” fazem parte do dia-a-dia de muitos europeus e norte-americanos. Produtos desde ténis desportivos a televisores e a canetas são fabricados na China. Actualmente, a China é vista como um país de produção de baixa e média qualidade, sendo que os seus produtos são à partida depreciados. No entanto, a produção em qualidade tem vindo a aumentar…


Como soluções contra esta potência industrial de média tecnologia (por enquanto), os países devem investir em soluções como:

· Investimento no conhecimento (principalmente universitário)


· Políticas activas ao nível da concorrência do mercado de trabalho


· Incentivos á poupança


· Reabilitação urbana


· Apoio às pequenas e médias empresas


· Modernização do modelo social


· Rever subsídios à produção


· Pressão para o cumprimento dos direitos humanos na China junto dos organismos competentes


· Pressão para a valorização do yuan remnimbi


· Investigação anti-pirataria internacional


Podemos considerar que a China é a principal beneficiária da globalização, ao contrário dos países desenvolvidos, principalmente ao nível das PME que perdem o seu mercado com a deslocalização da produção de empresas multinacionais, levando consigo a classe média empreendedora. Assim, o mundo desigual virou-se contra os países desenvolvidos. Os trabalhadores desses países são demasiado generosamente remunerados pelo relativo pouco trabalho que fazem… Isto tem provocado cerca de 20 milhões de desempregados na Europa. A china representa o verdadeiro capitalismo (sobre a máscara socialista) e a contratação de um chinês custa cerca de 1/8 do que a contratação de um português para o mesmo trabalho. Será este capitalismo "exagerado"? Estará a China a pôr em causa o modelo social-democrata que a Europa construiu? Penso que sim. E mais, creio que o modelo chinês põe em risco o capitalismo como modelo político e económico mundial, principalmente devido às assimetrias existentes.


Actualmente a China influencia o Mundo. Como exemplo dessa influência, podemos considerar:


· Perda de postos de trabalho no sector industrial nos países desenvolvidos


· Proliferação de armazéns de descontos na UE e EUA, abastecidos na China


· Aumento da presença de chineses em leilões de empresas falidas


· Roubos de sucata para exportação para a China (subida do preço do aço)


· Salários reais em queda


· Destruição da classe média


Por último, podemos referir que a ganância das empresas dos países desenvolvidos tem contribuído para o sucesso do modelo capitalista chinês, mas tem criado problemas ambientais no Mundo e crises económicas que afectam os grandes países a nível mundial.As fragilidades que a China apresenta são diminutas. No entanto podemos referir:
· Dependência de Investigação & Desenvolvimento


· Fraca protecção à propriedade intelectual


· Assentação económica no mercado paralelo (pirataria)


· Reduzidas medidas à modernização (devido ao excesso de mão-de-obra barata)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Um mundo globalizado, mas dividido...

Hoje em dia, o Mundo em que vivemos encontra-se mais globalizado do que nunca e, não por acaso, mais desigual. De um lado os países ricos, o centro do Mundo, e do outro os que deles dependem, as periferias.

Assim, as oportunidades que uma pessoa pode ter para a sua vida variam consoante o local onde nasce. Estas desigualdades observam-se, principalmente, ao nível das ambições salariais, da escolaridade pretendida e consequentemente do sector de actividade económica em que pretendem trabalhar.

Tais desigualdades têm levado a um aumento exponencial da dívida externa dos países pobres (que produzem essencialmente matérias-primas e produtos agrícolas) aos países ricos (produtores de bens industriais e de serviços). Esta dívida cria mais pobreza e leva a uma instabilidade governamental combatida, muitas vezes, com a instauração de uma ditadura. Para além disso, surgem problemas como as redes de emigração ilegais, o tráfico de armas e de droga e os conflitos internos.

As soluções para esses problemas não passam pelo perdão da dívida externa, dado que, como não resolve os problemas estruturais, iriam certamente reaparecer. Assim, a solução pode passar pela integração e união entre países de uma mesma região, aumentando assim o comércio externo e um aumento dos esforços na busca de uma estratégia que conduza ao desenvolvimento económico sustentado.

No entanto, esta eventual solução está longe de ser alcançada. Muitas vezes, os Estados não se preocupam devidamente com o bem-estar da sua população e com as diferenças culturais e rivalidades históricas que não permitem uma integração regional eficiente. Enquanto isso acontecer, o fosso que separa os países desenvolvidos dos subdesenvolvidos vai continuar a crescer…

terça-feira, 6 de novembro de 2007

ChinaIndianização? Asianização?

  • Para compreendermos este novo conceito é necessário recorrer aos movimentos globais que têm afectado o nosso planeta a partir do século XV.

  • A partir da primeira fase de globalização, temos observado que as regiões com maior poder económico alcançam uma supremacia a vários níveis. Ou seja, por força do poder económico que possuem, fazem valer as suas influências em outras áreas da realidade (sócio cultural, política, etc) "comandando" os restantes países ao nível Mundial.

  • Tudo começou com os descobrimentos e a primeira Europeização do Mundo (séc. XV e XVI), altura em que a Europa (especialmente Portugal, Espanha, Reino Unido e Holanda) necessitou explorar os continentes africano, asiático e americano, à procura de ouro e cereais, de forma "forçada", impondo a sua cultura, destruindo, por vezes, culturas autóctones e levando população como escravos e recursos naturais. Para além disso, deu-se uma alteração forçada da organização dos mesmos países o que se reflectiu por exemplo nas rotas de comércio. Concluindo, nessa fase, os países europeus "utilizaram" os restantes como fornecedores de factores de produção (recursos naturais e trabalho), que lhes permitiu expandirem-se economicamente.

  • Em seguida, o apogeu da Europa continuou. Ao longo do século XIX, o "velho continente" continua a "comandar" o Mundo. Esta acentuação da influência europeia (2a europeização do Mundo) deve-se à Revolução Industrial, que teve início no Reino Unido (séc. XVIII e XIX) e que trouxe inventos extremamente importantes que revolucionaram o conceito de produtividade e de nível de vida. A partir desse momento, as gerações começaram a pretender um nível de vida superior à obtida pelas gerações anteriores. As economias começaram a abrir-se ao exterior, dando origem à especialização produtiva dos países/divisão internacional do trabalho, com base nas vantagens comparativas. O desenvolvimento dos transportes deu origem a um mercado mais global para as exportações, a um aumento das migrações, a um "colonialismo económico" e a uma deslocalização de investimentos para as colónias europeias. Com o dinheiro recebido das exportações, os países europeus tornaram-se os principais fornecedores de capital a nível mundial. (Nos finais so século XIX, o Reino Unido era responsável por cerca de 44% do capital investido no Mundo, a França 20%, a Alemanha 13% e os EUA apenas 8%).

  • A afirmação dos EUA como principal potência a nível Mundial dá-se na primeira metade do século XX e deve-se, por um lado à destruição e deterioração das condições de vida da Europa pós a 1a Guerra Mundial e por outro, pelo crescimento económico acentuado, dos EUA ao nível de fornecedor bélico, de carvão, de electricidade, de petróleo, de aço e têxteis para a Europa em Guerra e no pós-guerra como país fornecedor de equipamentos para a recuperação Europeia. Assim começou a Americanização do Mundo, com o reforço do papel do inglês no panorama mundial, que se acentuou com o aparecimento dos computadores, da informática, do audiovisual e com o desenvolvimento da aviação. Assim os EUA apareceram como um país extremamente terciarizado e com elevada inovação tecnológica e produtividade. Estes factores contribuíram para a expansão das empresas americanas no Mundo. Nomes como Mac Donalds, Pizza Hut, Coca-Cola, IBM, Microsoft, Boeing e Ford "invadiram-nos" com um sucesso inacreditável.

  • Apesar disso, as recentes crises nos EUA e a elevada taxa de crescimento de países como a China e a Índia, têm levantado dúvidas sobre quem será, num futuro relativamente próximo, o mais influente país do Mundo. Actualmente também encontramos redes de lojas chinesas e indianas por todo o Mundo, extremamente bem organizadas e interligadas em redes multinacionais com grandes volumes de importações. Essas PME, têm representado um papel importantíssimo para o crescimento das exportações e para a angariação de investimento directo estrangeiro para a Ásia. Em relação à Índia, o seu poder económico provém da sua expansão em relação às novas TIC, apresentando-se como sério concorrente aos EUA num futuro próximo. Para além disso, assistimos já a movimentações que demonstram o poder elevado, principalmente da China, no panorama Mundial. Como exemplo podemos apresentar a reacção dos políticos portugueses de "desprezo" à visita do Dalai Lama a Portugal (Relembro que o Tibete está em "conflito" com a China). Outro exemplo é o modo de produção Chinês em que é os trabalhadores, por vezes crianças, são "explorados". Esta situação é do conhecimento geral mas parece não preocupar muito a sociedade nem os meios de comunicação. Os EUA e a Europa estão já bastante dependentes da China a vários níveis, entre os quais a elevada posse de títulos da dívida pública americana e europeia por parte de empresários chineses. Tudo isto concede a esses países um enorme poder de negociação a nível Mundial. A expansão chinesa alcançou valores impressionantes. Se ainda à cerca de 50 anos atrás a sua presença no panorama mundial era "insignificante", agora é indispensável. A título de curiosidade, refiro que China, traduzindo, significa "Centro do Mundo". Será que o estão a conseguir? Aparentemente sim...

    Devido ao reforço do papel asiático em Portugal podemos enunciar como consequências:

  • aumento do número de imigrantes asiáticos, considerando o aumento da população activa e da taxa de natalidade (consequencias positivas).
  • No entanto, existem consequências negativas, como o aumento das importações asiáticas que leva a uma crescente inserção desses bens no mercado. Como consequência indirecta da presença desses produtos no mercado português, o mercado interno, desprotegido, tornou-se bastante mais concorrencial, beneficiando os produtos asiáticos da vantagem em relação ao preço (dado que a mão-de-obra nesses países é significativamente mais barata). Esta situação constatou-se com maior intensidade nos sectores tradicionais da economia, pouco competitivos e de reduzida qualidade e inovação.
  • Como consequências observamos que várias empresas, essencialmente do sector têxtil deixaram de vender (ou reduziram o volume de vendas) e tiveram de encerrar ou reduzir trabalhadores, provocando o aumento do desemprego. Assim, podemos genericamente referir que as empresas de produtos de elevada qualidade e de maior inovação, mais competitivas, não foram (muito) afectadas, no mercado interno, por esta Asianização, podendo até ter beneficiado e exportado os seus produtos, de maior qualidade, para os países asiáticos em desenvolvimento.

A produção em qualidade e a inovação tecnológica são a chave para um crescimento económico sustentado e não devem ser vistos como uma fonte de desemprego. Mas, para uma economia aumentar a qualidade das suas unidades produtivas, é necessária uma maior e melhor escolarização e uma maior exigência profissional, tornando possível uma crescente aposta na Investigação e Desenvolvimento (I & D), para "inovarmos" mais, "investirmos" mais e melhor com o objectivo de aumentar a produtividade GLOBAL da nossa economia e permitir um melhor nível de vida . Esta é a melhor solução possível para "sobreviver" a esta "invasão asiática".

Uma limitação das importações asiáticas ou da imigração seria mais problemático, pois poderia ter consequências ao nível da OMC (Organização Mundial do Comércio) e mesmo em termos geo-políticos internacionais devido ao elevado poder "negocial" dos mesmos países no mundo actual e aos acordos realizados. Logo, por motivos óbvios, é aconselhável a Portugal apenas seguir as normas sugeridas pela U.E. em relação à limitação das importações e "combater" a maior concorrência existente, aumentando a qualidade dos seus produtos, sendo esta uma chave para o crescimento e desenvolvimento económicos. No entanto, as fases de prosperidade e crise económica são inevitáveis. No entanto, as fases de prosperidade devem ser aproveitadas para aumentar a poupança para fases de recessão... A poupança das famílias é importante para o futuro da economia...